A origem e o desenvolvimento do Pátio do Espinho
O Pátio do Espinho é uma antiga aldeia vedada por muros de Macau, com quase 400 anos de história. A dada altura era o local de residência dos católicos japoneses que viviam em Macau e testemunhou a prosperidade e a decadência da Igreja de S. Paulo. De acordo com as Aomen Zhanggu (Histórias de Macau) da autoria de Wang Wenda, o Pátio do Espinho era conhecido por travessa Hing Seng. No início do séc. XVII, o catolicismo foi proibido no Japão, o que fez com que muitos católicos japoneses fugissem para Macau e se fixassem no Pátio do Espinho para evitar que fossem presos e mortos pelo governo japonês. Como plantavam batatas na área dentro dos muros para a própria alimentação, o lugar recebeu o nome, em chinês, Chi Lam Wai (travessa do campo das batatas). Em 1602, quando a companhia de Jesus restaurou a Igreja de S. Paulo pela terceira vez, um bom número de japoneses foi contratado para trabalhar para eles, já que muitos deles eram arquitectos e artistas e não seria muito dispendioso em termos de recursos humanos e materiais de construção. Em 1835, a Igreja ardeu e apenas a fachada e algumas paredes ficaram, e os japoneses que viviam na aldeia mudaram-se. A segunda metade do terreno foi depois aproveitada para a extensão do Pátio do Espinho (a área atrás do actual Museu de Arte Sacra e da parte nordeste). À medida que mais residentes se mudaram para a zona, o plano inclinado foi dividido em travessas como superior, segunda, terceira e inferior por quase cem casas. Na década de 1940, o bairro em madeira no sopé da fortaleza do monte sofreu um grave incêndio e os residentes afectados foram transferidos para o Bairro Tamagnini Barbosa e uma pequena parte deles para o Pátio do Espinho. Ao mesmo tempo, o governo português de Macau planeava transformar as redondezas das Ruínas de S. Paulo numa zona turística, e assim foram construídos muros à volta do nível superior do Pátio do Espinho como barreiras e a Rua de D. Belchior Carneiro foi desenvolvida entre as paredes e as Ruínas de S. Paulo, dividindo o Pátio do Espinho em duas metades de Oeste a Leste.Como a única aldeia existente dentro de muros em Macau, o Pátio do Espinho foi incluído na lista do Património Cultural de Macau pelo governo e é considerado uma parte integral da zona turística das Ruínas de S. Paulo.