Istmo de Ferreira do Amaral (Avenida das Portas do Cerco) e Arco das Portas do Cerco
O Istmo de Ferreira do Amaral, com um comprimento de 483 metros e entre 6 a 10 de largura tem origem na parte norte da Praça das Portas do Cerco e estende-se em direcção ao sul para a Estrada do Arco (Rua das Portas do Cerco). A rua é recta e está dividida em dois troços: norte e sul. Desde a Praça das Portas do Cerco até ao cruzamento entre a Rua Marginal do Canal das Hortas e a Rua da Tribuna pertence o troço norte com 123 metros de comprimento. No cruzamento até aos Amigos do Jardim Triangular fica o troço sul. Em 1869, para condecorar o Governador Amaral, que foi assassinado por um cidadão Chinês, esta avenida foi renomeada para Istmo de Ferreira do Amaral.. Este nome foi publicado no Boletim do governo Português de Macau no dia 26 de Julho do mesmo ano.Primitivamente, Macau era uma ilha isolada ao longo do mar. Com uma grande quantidade de lama acumulada, formou-se de uma forma gradual um estreito banco de areia, com cerca de 10 milhas de comprimento e alguns “zhangs” (uma unidade de medida chinesa um pouco maior do que 10 pés) de largura, entre Macau e a Ilha Heangshan em direcção ao norte. Este banco de areia, mais conhecido por “Haste de Lótus”, funcionou como um importante reduto de transporte entre Macau e a China continental. No 2.º ano do período de Wanli (1574) na Dinastia Ming, foram construídos, precisamente nesse banco de areia que liga a península e o Condado Heangshan, com arquitectura chinesa uns portões para fazer a fronteira entre os chineses e os estrangeiros e também para servir de defesa. Em 1848, Amaral construiu, sem autorização, uma avenida que se estendia desde a Rua do Campo até às Portas do Cerco. Com esta construção ele limpou muitas sepulturas pertencentes aos moradores, o que irritou profundamente a população de Longtin e Mongha. Ferreira do Amaral foi assassinado por Shum Chi Leong (Shum Mai) perto das Portas do Cerco ao pôr-do-sol do dia 22 de Agosto de 1849. Shum e os seus parceiros fugiram pelas Portas do Cerco e cortaram a cabeça e o braço único do Governador para fazer justiça aos seus antepassados. No inicio dos anos 70 do século XIX, as entidades Portuguesas de Macau demoliram os portões da fronteira com a China e construíram, mais a norte, outros portões bem maiores com o estilo do Arco do Triunfo para servirem de fronteira entre o Continente e a colónia Portuguesa. Em Julho de 1952, ocorreu um confronto armado entre o Exército Português de Macau e os Guardas fronteiriços Chineses. Em 1993, as entidades Portuguesas de Macau voltaram a fiscalizar a sua imigração e contruíram as anteriores Instalações Fronteiriças das Portas do Cerco. Em 2004, o Novo Edifício do Posto Fronteiriço e a Praça das Portas do Cerco ficaram concluídos, mas o Arco das Portas do Cerco ficou como um ponto histórico que reflecte todos os anos de história da fronteira entre Macau e a China. As datas de 22 de Agosto de 1849, 25 de Agosto de 1849 e 31 de Outubro de 1871 que ficaram esculpidas na superfície do Arco das Portas do Cerco representam o assassinato de Ferreira do Amaral, a invasão do Exército Português de Macau às fronteiras Chinesas e a construção do Arco das Portas do Cerco, respectivamente.