O Comércio do Ópio e os Armazéns Oficiais
O comércio do ópio em Macau data dos tempos da dinastia Ming (1368–1644.) No reinado do imperador Kangxi e do imperador Tongzhi da dinastia Qing, os pequenos cais da Baía Norte e do “Si Da Hau” estavam reservados para a importação do ópio. A fim de facilitar a cobrança de taxas e direitos sobre o ópio importado, o governo colonial fez construir ao longo do cais uma série de armazéns, conhecidos como “armazéns oficiais”, para aí guardar a preciosa mercadoria e onde os importadores deviam pagar as respectivas taxas, antes de o levantarem para distribuição e venda a retalho. Em meados do século XIX, o então governador de Macau, José Maria da Ponte e Horta, decidiu ampliar a área do “Si Da Hau” aterrando alguns canais circundantes. E, assim, foi construído nesse aterro um novo cais, sendo a nova área central então criada baptizada de Praça de Ponte e Horta para assinalar a obra de reordenamento iniciada pelo governador com o mesmo sobrenome. No início do século XX foram construídos mais armazéns oficiais até que, já nos meados do mesmo século, o governo colonial anunciou a interdição total do comércio e consumo do ópio, altura em que estas estruturas foram demolidas ou adaptadas a outros fins.A Segunda Clínica da Associação de Beneficência Tung Sin Tong situa-se num edifício localizado no cruzamento da Rua das Lorchas com a Praça de Ponte e Horta. Esta estrutura fez parte de um armazém oficial construído em finais do século XIX e que era conhecido como “Casa do Ópio”. Em 1992, o edifício foi classificado e incluído na Lista de Património de Macau. Em 2001, a Segunda Clínica da Associação de Beneficência Tung Sin Tong foi transferida da Travessa do Auto Novo para este edifício, onde presta serviços de acupunctura chinesa e serviços médicos ocidentais para o público em geral.