História dos bordéis
A Rua da Felicidade, o Beco da Felicidade e as ruas adjacentes costumavam ser um pântano à margem do rio. Durante o reinado do imperador Tongzhi, na dinastia Qing (1862-1874), o empresário Wang Lu da Província de Fujian e o seu filho, Wang Di, adquiriram um lote de terreno no distrito, reclamaram-no e desenvolveram estradas e lojas. Acolhendo um bom número de bordéis e casas de ópio, para além de bancos, casas de dinheiro, hotéis, restaurantes e lojas, tornou-o na primeira zona de meretrício de Macau naquela época.O Beco da Felicidade, a Travessa das Venturas, a Travessa da Caldeira, o Pátio da Felicidade e a Rua da Caldeira eram conhecidos pela prostituição. Em 1887, o governo português de Macau promulgou o Novo Estatuto para os Bordéis em Macau, que deu aos bordéis permissão para operar na Rua da Felicidade, na Travessa da Felicidade, na Travessa da Caldeira, entre outras ruas. Este tipo de estabelecimento erótico foi categorizado em classe alta, média e baixa: o Beco da Felicidade, a Rua da Felicidade e a Travessa da Felicidade tinham os bordéis de classe alta, e intitulavam-se colectivamente como “as três ruas do reino romântico”; a Travessa das Venturas e a Travessa da Caldeira eram classificadas como classe média, e o Pátio da Felicidade e a Rua da Caldeira classe baixa. Filhos de famílias ricas, fumadores de ópio, aristocratas e jogadores frequentavam estes lugares para recreação. O Sr. Wang e o seu filho reuniram fundos para construir o primeiro teatro do Sul da China e o mais antigo local de Ópera Cantonense na Travessa do Auto Novo – O teatro Cheng Peng. Muitos artistas e grupos famosos de Ópera Cantonense realizaram actuações neste local, causando uma grande sensação na altura.
Depois da Segunda Guerra Mundial, Macau começou a proibir o ópio e a prostituição. O ambiente glamoroso da zona de meretrício na vizinhança do Beco da Felicidade desapareceu gradualmente. Nos últimos anos, o governo implementou o “Projecto de Restauro das Fachadas de um conjunto de construções classificadas na Rua da Felicidade e no Beco da Felicidade”, e restaurou as paredes dos edifícios, incluindo a cor verde original das portas e janelas, como substituição da cor vermelha com que o governo português em Macau as costumava pintar no virar do século.