George Smirnoff
George Smirnoff (1903-1947) foi um arquitecto Russo, conhecido em Xangai e Hong Kong. Durante a guerra da resistência contra o Japão, fugiu com a sua família de Hong Kong para Macau, onde viveu num dos edifícios no Pátio das Seis Casas. Apesar de terem vivido num pequeno e humilde quarto de segundo andar, a presença no território foi uma experiência inesquecível. Quando as condições económicas da família melhoraram, mudaram-se para um edifício no nº 2 da Rua da Prata, perto do Pátio das Seis Casas.Durante a sua residência em Macau, George Smirnoff conseguiu um emprego no Colégio São Luís Gonzaga como professor de arte. Este trabalho concedeu-lhe uma vida estável. Ele desenhou a carta de convite para uma exposição colectiva de trabalhos por professores e alunos realizada de 20 a 23 de Dezembro de 1944, no mesmo Colégio. Esta carta está actualmente guardada na Biblioteca Nacional da Austrália. Também foi criado um livro de autógrafos para os visitantes da exposição. Além do ensino, George Smirnoff também se dedicou a desenhar montagens de palco, recebendo elogios de publicações portuguesas e inglesas. Chegou a trabalhar como director de teatro e teve um papel importante no “Big Player”. É também o responsável pelo desenho do logotipo do jornal português, “O Clarim”.
George Smirnoff foi muito elogiado pelos altos funcionários de Macau pelo seu talento artístico. Para resolver os seus problemas financeiros e manter um conjunto de aguarelas para a cidade, o governo de Macau encomendou 63 pinturas em aguarela de George Smirnoff, nas quais se retratava a paisagem local. Um grande número dos seus trabalhos são retratos da Freguesia de São Lourenço. Apesar da influência de George Smirnoff não ser comparável a de George Chinnery, o seu ensino de arte inspirou um conjunto de pintores contemporâneos de Macau, sendo honrado como o pai da arte moderna de Macau. No seguimento da Guerra da Resistência contra o Japão, George Smirnoff saiu de Macau e instalou-se em Hong Kong, onde cometeu suicídio em 1947.