Poesia de Yin Guangren Enaltecendo a Paisagem da Ilha Verde e do Templo de Lin Fong
A Ilha Verde, quando ainda era uma ilha remota, exercia uma atracção irresistível sobre os poetas de antigamente. Entre 1744 e 1746 (9º e 11º anos do reinado do imperador Qianlong da dinastia Qing) Yin Guangren, poeta e Comissário para os Assuntos Civis e Militares da Defesa Marítima de Macau, escreveu, conjuntamente com Zhang Rulin, uma “Breve Monografia de Macau”, em cujos poemas se refere à Ilha Verde como uma das “Dez (Melhores) Paisagens de Macau”. Num poema de oito versos, intitulado “Ilha Verde com Névoa Chuvosa” não hesitou em afirmar que “a beleza da paisagem da Ilha Verde é superior à da província de Hunan”.Durante os finais da era Ming e inícios da Qing, também o poeta-monge Shi Jishan, um indómito aderente da derrubada dinastia, cantava a beleza da Ilha Verde nos seus poemas. Wu Yushan (1632–1718), um poeta e pintor famoso de inícios da era Qing descreve a paisagem nocturna que se lhe ofereceu no trajecto de barco da Ilha Verde para o Templo de Lin Fong “o barco desliza, nocturno, sobre ondas de fogo rubro”. Nesse tempo fazia-se o transporte de passageiros entre o Templo de Lin Fong e a Ilha Verde.
O Comissário imperial Lin Zexu é uma das figuras mais notáveis associadas ao Templo de Lin Fong. O par de dísticos poéticos que se podem apreciar no Museu Memorial Lin Zexu pertence a um poema de oito versos composto por ele, logo após a sua visita de inspecção a Macau: “apesar de ser despromovido e banido / sacrificarei tudo pelo bem do meu país / cumprindo sempre o meu dever, mesmo com risco de vida”.