O Clã Chiu da Povoação de Mong-Há e Questões Políticas de Macau
Após o clã Chiu se ter instalado em Macau, os seus descendentes na Povoação de Mong-Há promoveram activamente a educação confuciana, dedicando-se ao estudo para terem êxito nos exames imperiais e se tornarem funcionários. No Salão Ancestral do Clã Chiu, havia antigamente uma placa horizontal com a inscrição “父 子 登 科” (Pai e Filho aprovados no exame imperial) que se encontra hoje bem guardada na Mansão Chiu, situada na Travessa da Porta, perto da Rua dos Mercadores.Um dos membros da 26ª geração do clã, Chiu Vun Ching pertencia à classe dos notáveis de Macau e foi responsável por tratar de assuntos locais e pressionar os funcionários do governo para resolverem problemas políticos de Macau. Segundo registos históricos, Chiu Vun Ching e os seus primos por via paterna, Chiu Yun Lun e Chiu Vun Hei, enviaram um memorando ao magistrado do condado de Xiangshan em 1820 (no 25º ano do reinado do imperador Jiaqing da dinastia Qing) informando aquela autoridade chinesa de que na Rua dos Mercadores, na Rua dos Ervanários e arredores havia um amontoado de lojas e barracas com elevado risco de incêndio, para o qual era preciso alertar a população. Chiu Vun Ching também dedicou a sua atenção a casos de ocupação ilegal de terrenos, casas e lojas do governo. Ao constatar que havia conluio entre elementos portugueses e chineses para a ocupação privada e indevida de terrenos de Macau, Chiu alertou as autoridades Qing para a necessidade de intervirem e manterem assim a autoridade do governo Qing no território.