O Templo de Seng Wong foi erigido em 1908, no reinado do imperador Guangxu da dinastia Qing, tendo sido restaurado em 1947. No templo existem, em muito bom estado de conservação, três “símbolos-oferenda” que provam a data da sua construção ser 1908, que são uma placa horizontal no salão principal, um par de dísticos na entrada principal e uma estela onde estão gravados os detalhes sobre a proposta de construção do templo.
O Antigo Templo de Kun Iam (Deusa da Misericórdia) sita-se adjacente ao Templo de Seng Wong. O seu salão principal é dedicado à deusa Kun Iam, e nos altares laterais são veneradas as estátuas do Imortal Loi, do Deus da Prosperidade, de Kam Fa, a Senhora da Flor Dourada e da deusa Dou Mou, que protege contra a varíola. Desconhece-se a data da sua construção mas existe no templo uma estela gravada com detalhes sobre o seu restauro em 1867, há cerca de 150 anos, durante o reinado do imperador Tongzhi da dinastia Qing.
Endereço: Avenida do Coronel Mesquita, Macau
Próximo local: 15 minutos por caminhar
A Equipa Voluntária “Chi Sau” da Povoação de Mong-Há
Na sequência da 1ª Guerra do Ópio (1839-1842) o governo colonial de Macau aproveitou para estender a sua influência à zona norte da cidade. Em 1849, o assassinato do governador João Maria Ferreira do Amaral levou o magistrado do condado de Xiangshan a prestar menos atenção a Macau. Sem terem oficiais Qing por perto a quem recorrer, os habitantes da Povoação de Mong-Há pediram auxílio a Zhang Zhidong, então governador geral das províncias de Guangdong e Guangxi. No entanto, o governo Qing tinha os seus próprios problemas domésticos e pouco tempo para dedicar aos problemas coloniais de Macau. Perante esta situação, em 1888 os aldeãos decidiram auto-mobilizar-se na equipa de voluntários “Chi Sau” para erigir um templo consagrado a Seng Wong, a divindade tutelar da cidade, esperando que este os protegesse das agressões dos colonialistas e também para servir de local de assembleia. Uma vez pronto, o templo tornou-se um potente símbolo de solidariedade e auto-defesa popular contra a agressão estrangeira, passando a funcionar num terreno contíguo um campo de treino de artes marciais.