A Rua da Felicidade é uma rua icónica de Macau e uma das mais conhecidas, por razões óbvias. É a principal artéria do Bairro de Fok Long, que surgiu com o ambicioso plano de aterros do governo colonial para a zona do Porto Interior a partir de 1864. Com efeito, o governador António Sérgio de Sousa contratou, em 1869, para a empreitada de aterro os serviços do empresário chinês Vong Lok e do filho, tendo surgido uma série de novas artérias na zona aterrada.
Endereço : Rua da Felicidade, Macau
Os Antigos Bordéis de Macau
Durante o reinado do imperador Tongzhi da dinastia Qing (1862-1874), a Rua da Felicidade e zona periférica era famosa como o “Bairro dos Prazeres” de Macau, onde reinavam o abastado comerciante chinês Vong Lok e seu filho Vong Tai. Nesse tempo, metade da rua era ocupada por bordéis e casas de chá e a outra metade por casas de ópio, antros de jogo e restaurantes. A Rua da Felicidade era uma das “Três Ruas do Paraíso das Flores”, sendo as outras duas, inequivocamente, o Beco da Felicidade e a Travessa da Felicidade, para onde se dirigiam todos os que procuravam a delícia dos prazeres, que eram ali muito variados. Na Travessa do Auto Novo, mesmo ao lado, os Vong construíram, com capital angariado, o Teatro Cheng Peng, que foi a primeira sala de espectáculos digna desse nome de todo o sul da China e a sala de ópera cantonense mais antiga de Guangdong, Hong Kong e Macau. Após a 2ª Guerra Mundial e com a ‘proibição oficial’ do ópio e da prostituição em Macau, a Rua da Felicidade e arredores tornaram-se um pouco infelizes… Actualmente, a fiada de casas de dois pisos em tijolo azul-cinzento, telhado de telha e típicas janelas vermelhas de ambos os lados da Rua é o complexo de bordéis antigos melhor conservado de toda a China e que permitem hoje imaginar toda uma era.