Pátios, Becos e Herança Cultural
Ao longo dos séculos, dadas as suas características inerentes, os pátios e becos de Macau funcionaram como uma espécie de microcomunidades, autosuficientes. Este tipo de artéria caracteriza-se por possuir habitações com varandas, caminhos de ligação, arcos de entrada rectangulares, passagens sob as casas e ainda elementos tipicamente chineses como poços artesianos e pequenos altares dedicados ao Deus da Terra. Actualmente, as poucas estruturas deste tipo que restam situam-se ao longo das vertentes sul e norte da Avenida de Almeida Ribeiro, onde ainda existem em cerca de vinte pátios e becos edifícios de valor histórico-patrimonial. O Pátio da Eterna Felicidade é um dos melhor preservados, em termos de disposição espacial e arquitectónica, onde ainda se podem apreciar antigas casas tradicionais de tijolo azul-cinzento em bom estado. Nos tempos em que Macau era muito pobre, as associações de beneficência alugavam estas casas de rendas superbaratas para albergar as famílias desvalidas.Mas hoje, com a maior parte das casas desabitadas, o Pátio da Eterna Felicidade perdeu muito da sua vitalidade, embora ainda sejam visíveis, aqui e ali, traços do seu histórico passado e, na verdade, ainda nos proporcione um vislumbre das antigas tradições culturais e de vida da comunidade chinesa local. Além disso, situa-se em pleno Centro Histórico de Macau, muito perto de atracções mais famosas como as Ruínas de S. Paulo e a Igreja de Santo António, e portanto pode considerar-se parte dos recursos turísticos que são património da humanidade.