O Templo de Lin Fong, dedicado à deusa Tin Hau, imperatriz do Céu e a Kun Iam, a deusa da Misericórdia, tem uma história secular, que data da dinastia Ming, sendo um dos três templos mais antigos de Macau. No dia 3 de Setembro de 1839, o comissário imperial da dinastia Qing, Lin Zexu, chegou a Macau para uma visita de inspecção no sentido de interditar o comércio do ópio no enclave. O comissário entrou em Macau pelas Portas do Cerco, vindo da zona de Qianshan, em Zhuhai, e encontrou-se com as autoridades portuguesas no salão principal do Templo de Lin Fong, para as informar, em termos claros, do édito imperial para interditar o comércio do ópio em Macau. Lin e o seu séquito de oficiais entraram na ‘cidade cristã’ através da Porta de Santo António, passando pelas Ruínas de S. Paulo, e pelo Posto da Alfândega, até chegar ao Templo de A-Má, onde fizeram oferendas de incenso à deusa Tin Hau.
Endereço : No cruzamento entre a Avenida de Almirante Lacerda e a Estrada do Arco, Macau
Lin Zexu
Lin Zexu era oriundo da aldeia de Houguan, na província de Fujian, usava o nome de cortesia Yuanfu, e foi uma figura proeminente na campanha para interditar o comércio do ópio na China. Em 1838, Lin foi nomeado Comissário Imperial pelo governo Qing e no ano seguinte visitou Guangzhou para forçar os comerciantes ingleses a entregarem 20 mil caixas de ópio, para serem queimadas. Após a operação, deu instruções para que todos os navios mercantes, de todos os países, declarassem expressamente por escrito e sob sua honra o teor das suas cargas e se algum deles fosse detectado a contrabandear ópio, a carga seria confiscada e a tripulação executada. Durante a viagem de inspecção a Macau nesse mesmo ano, as autoridades coloniais portuguesas marcaram a visita do dignitário chinês com salvas de canhão nas fortalezas do Monte, da Praia Grande e de S. Tiago da Barra, tendo este sido bem recebido e saudado pela população ao longo do seu percurso. O Museu Memorial Lin Zexu foi erigido em sua memória, no largo fronteiro ao Templo de Lin Fong.